Friday, February 10, 2006

Machadão

Machadão


Machado é cabra danado,
Encéfalo grande bem inchado.
Quatro olho vem enxerido
contar sua vida de perigo.

Sem emprego ou profissão
foi parar na televisão
rodou bolsa no CONIC
e virou o tal SONIC!

De videogame a tarado,
camaleão por natureza,
descobriu estava brochado,
sentiu na pele a moleza.

Aquilo tava pendurado,
não servia pro Machado,
que ficou desconsolado
procurando o outro lado.

De brabeza era chamado,
o senhor Paulo Machado,
de cabeça tinha o ôco,
se satisfez dando o brioco.

Saiu numa dia de Natal,
foi tomar todas no buteco,
carne de sol e um marreco,
encheu a pança até o final.

Meio tonto e descuidado,
escorregou foi no quiabo,
não correu porém sentiu,
tá na boca o gosto amargo.

Se animou no tal do gango
de pé na mesa se despiu,
dançou nú já era um frango,
de penas lindas se vestiu.

Passou um véio e se benzeu,
Vendo rabo tão dantesco,
Machadão um gajo fresco
que o brioco corroeu.

O rabo todo estragado,
Machadão bem ultrajado,
se abaixou caiu sentado,
chorou todo envergonhado.

Sua vida e sua sina,
soltando tudo na esquina,
Machadão pediu licença,
"Meu defeito é de nascença".

"Me perdoem por favor,
Mas eu gosto é com ardor,
Não há quem me convença,
que isso é uma doença."

"Isto tudo é minha crença,
não gostar é uma ofensa,
meu brioco faz presença,
tudo isso é recompensa".

"Danço nú, danço vestido,
gosto dele é bem comprido,
a notícia está na imprensa,
gosto dela bem imensa."

Esta então é a história,
d'um sujeito já sem glória,
que doava o dito cujo
a qualquer vivo sabujo.


15/06/2005
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